25.
Resolução de conflitos e o cotidiano escolar
Nesta
aula, foi feita uma análise das situações de conflito que
constitui-se como uma perspectiva privilegiada para pensarmos a
complexa trama tecida pela diversidade e pela subjetividade de
fatores que se entrelaçam nas relações interpessoais. É nessa
mesma perspectiva que reside, também, a possibilidade de ampliarmos
as formas de compreensão do cotidiano escolar, escapando de
explicações simplistas e reducionistas.
Nessa
aula, foi defendida tal visão, bem como foram apontados os caminhos
para a construção do processo de aprendizagem da resolução de
conflitos. O cotidiano escolar é um espaço rico em relações
humanas e sociais complexas e em consequência, de muitas
contradições. A maioria das teorias interacionistas em
filosofia, psicologia e educação estão alicerçadas no pressuposto
de que nos constituímos e somos constituídos a partir da relação
direta ou mediada com o outro, seja ela de natureza subjetiva ou
objetiva. Partindo deste princípio, os conflitos são inerentes à
natureza humana e nesta relação com o outro, nos deparamos com as
diferenças e as semelhanças que nos obrigam a comparar, descobrir,
ressignificar, compreender, agir, buscar alternativas e refletir
sobre nós mesmos e sobre os demais. O conflito torna-se portanto, a
matéria prima para nossa constituição psíquica, cognitiva,
afetiva, ideológica e social. Os conflitos podem ser um fator
positivo para o crescimento pessoal, mas é de extrema importância
que não haja violência; pois se isso ocorrer, torna-se um fator
negativo, de ruptura de relação e de destruição do outro. Quando
tratados adequadamente, os conflitos trazem resultados positivos,
melhorando o desempenho, o raciocínio e a resolução de problemas;
e principalmente, favorecendo o respeito às diferenças, a
estruturação de acordos e construção de práticas democráticas.
A
análise de conflitos interpessoais trata-se de um processo
interativo e dinâmico, que não pode ser baseado em partes isoladas,
ou seja, cada pessoa tem sua história pessoal e um conjunto de
experiências, onde constroem seus valores e sua cultura. O processo
de aprendizagem da resolução de conflitos requer praticas
sistemáticas de análise de suas causas, consequências, estados
afetivos, mudanças de perspectiva e elaboração de encaminhamento
para as situações enfrentadas, promovendo o diálogo e a
participação coletiva em decisões e acordos. Concebendo os
conflitos interpessoais como um conteúdo essencial para a formação
psicológica e social dos seres humanos, acreditamos que o trabalho
sistematizado com conflitos no cotidiano escolar seja um caminho
profícuo para a construção de sociedades e culturas mais
democráticas.
Nesta
aula, partiu-se do princípio de que trabalhar a afetividade no
ensino fundamental e médio, por meio da resolução de conflitos que
solicitem a integração dos aspectos afetivos e cognitivos do
raciocínio humano, é uma forma de promover o progresso no campo das
relações interpessoais. Então, foi apontado caminhos e práticas
escolares que transformem os sentimentos, as emoções e os afetos em
objetos de ensino e aprendizagem.
Para
incorporar a afetividade no cotidiano escolar devemos realizar um
trabalho sistematizado com os sentimentos e afetos, rompendo com
concepções educacionais que separam os campos científico e o
cotidiano do conhecimento, das vertentes racional e emocional do
pensamento. Devemos tratar as emoções e os sentimentos como objetos
do conhecimento com o mesmo status que os demais conteúdos
acadêmicos. Além disso, é importante tomar consciência dos
próprios sentimentos e emoções e ajudar os alunos para que o
façam, pois desta forma abre-se um caminho para desenvolver
simultaneamente, a sensibilidade, o juízo e a conduta de ideias e
valores, proporcionando um maior conhecimento de si e das demais
pessoas do nosso convívio.
Nesta
aula, foi apresentado uma pesquisa que teve como objetivo principal
desenvolver projetos e ações que privilegiassem a construção de
estratégias e de valores ancorados em fundamentos de ética e
direitos humanos e na igualdade de direitos e deveres entre homens e
mulheres em situações de conflitos de gênero. No âmbito da Escola
é possível observar que os indivíduos posicionam-se diante de
Violência de Gênero de formas diferentes e subjetivas. Auxiliar os
estudantes a identificar estas nuances da violência de gênero é
essencial para que ocorra um processo de aprendizagem na resolução
de conflitos relacionados a este assunto. Portanto cabe aos docentes
desenvolverem projetos que favoreçam a compreensão dos fundamentos
de ética, dos direitos humanos e principalmente da igualdade de
direitos entre homens e mulheres.
Nesta
aula, foi apresentado caminhos para a busca da compreensão dos
processos psicológicos que podem levar os jovens a construírem
valores morais que almejem a realização de projetos significativos
para o “ele
mesmo” e para o mundo além do “ele mesmo”.
A moralidade é um conceito amplo, mas que tem sua origem na decisão
de como queremos viver no mundo com os outros; e trata-se de uma
decisão pela construção de relações marcadas pela justiça,
felicidade, dignidade, integridade e respeito.
A
Educação Moral tem como fundamento, contribuir para que a
construção de relações seja mais plenamente ativa, consciente e
livre. Ela é dividida em 04 dimensões que podem se correlacionar,
são elas: conhecimentos sobre fatos e guias morais, ações
socio-morais, competências psicomorais e valores morais. Os
conhecimentos sobre fatos e guias morais têm relação com o
conhecimento de conflitos e morais do presente e do passado; de
referências morais construídas ao longo da história como
tradições, ideologias, regras, leis, costumes sociais, entre
outros. As ações socio-morais é um princípio no qual determina-se
que é através de ações que o indivíduo exercita, reforça e
reconhece os valores, fazem parte da sua identidade. Ou seja, a
construção da moralidade ocorre através de experiências
concretas, nas quais o indivíduo vivencia consequências positivas
de ações morais e consequências negativas daquelas que contrapõe
os princípios éticos elementares. Os conhecimentos psicomorais são
procedimentos psicológicos que o sujeito constrói e mobiliza diante
dos conflitos morais com o objetivo de alcançar uma meta. Entre os
conhecimentos psicomorais estão o autoconhecimento, a empatia, o
juízo moral, a compreensão critica, as habilidades dialógicas e as
capacidades emocionais e de sensibilidade. Os valores morais podem
ser definidos com um sistema de regulação de conflitos e
contradições humanas; e tem relação com o que o indivíduo
considera importante ou preferencial moralmente, sendo desejável que
estejam associados a conceitos e normas de conduta como justiça,
generosidade, solidariedade, coerência, responsabilidade, cuidado,
amizade, etc.
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