9. Avaliação externa e em larga escala no Brasil
Esta aula teve como objetivo apresentar alguns conceitos
básicos de indicadores sociais, objetivando uma melhor compreensão a respeito
dos indicadores educacionais atualmente disponíveis (por exemplo: IDEB, IDESP,
etc). Além disso, foram destacados alguns dos limites e possibilidades de
apropriação destes indicadores por parte da gestão escolar. A
avaliação externa em larga escala, ocorre quando é conduzida por um agente
externo ao objetivo avaliado e, obviamente, refere-se ao esforço no sentido de
avaliar grande número de estudantes. Permite um acompanhamento periódico, é um
instrumento aliado à gestão de educação. No Brasil, esse tipo de avaliação tem
foco no desempenho dos alunos em provas padronizadas, apareceu em 1990. Desde
que foram criadas, essas avaliações tornaram-se importante fonte de informações
sobre o conhecimento dos alunos e subsídio para as políticas públicas nas redes
de ensino, mas não há unanimidade sobre a qualidade dos dados. Avaliações
realizadas na esfera federal:
- SAEB -
Sistema Nacional de Educação Básica foi criado em 1988, institucionalizado em
1994 e modificado em 2005, quando foi transformado em ANEB e ANRESC.
- ANEB -
Avaliação Nacional da Educação Básica tem periodicidade bianual, 5º, 9º anos do
ensino fundamental e 3º do ensino médio e é feito por amostragem. Avalia o
conhecimento em leitura e matemática e ocorre nas redes pública e privada.
- ANRESC
- PROVA BRASIL - Avaliação Nacional do Rendimento Escolar é bianual, censitária,
5º e 9º anos, nas matérias de leitura e matemática e feita na rede pública.
- Em 2013
foi criada a ANA - Avaliação Nacional da Alfabetização é anual, censitária,
feito no 3º ano do ensino fundamental.
- Ainda
na esfera federal, foi criado o indicador IDEB - Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica, criado em 2007 e combina informações de fluxo e desempenho do
aluno e é baseado na ANRESC/PROVA BRASIL. Estabelece as metas para a rede
pública até 2021.
Nas esferas estaduais e municipais, há estados que não fazem nenhuma
espécie de avaliação, há os que fazem semelhante ao IDEB e há os que fazem com
outras disciplinas. Nas municipais percebe-se uma tendência no sentido de criar
as políticas públicas baseadas nos resultados das provas federais e até mesmo
buscar realizar suas próprias avaliações.
As
tensões e contradições existem e as principais críticas são as seguintes:
- As avaliações são
redutoras/indutoras de um único currículo limitando o conteúdo;
- Padrão universal
descolado dos padrões locais;
- Resultados que estimula a
competição e comparações indesejáveis;
- Confusão entre as
avaliações internas e externas prejudicando o aluno;
- Despreparo das escolas
para atribuir as responsabilidades pelos desempenhos obtidos (bons ou maus);
- Pouca clareza sobre o que
está sendo avaliado;
- Limitações do próprio
IDEB para ser referencia da qualidade do ensino.
Foram apresentadas também as possibilidades dessas avaliações em larga
escala que obviamente podem favorecer o trabalho do professor, do gestor e o
planejamento curricular.
10. Conceitos básicos de indicadores educacionais
O objetivo desta aula foi mostrar as diferentes fontes de informação
educacionais existentes, não só aquelas diretamente vinculadas às avaliações
externas, mas das demais informações disponíveis (Taxa de distorção
idade-série; taxa de rendimento, Nível socioeconômico, etc). O
Indicador Social é uma informação, composta de outros dados, utilizado para
estabelecimento de políticas públicas. Importante lembrar que ele carrega em si
a referência do que é desejável/almejável. Para se conhecer um indicador é
importante saber os conceitos que ele contém e as variáveis que o compõem.
Difere de estatísticas públicas, pois estas são apenas a informação
coletada e o indicador é resultado de análise, medidas de referencias,
objetivos desejados, parâmetros, etc.
Podem ser classificados como: Objetivos (são empíricos, mensuráveis, ex:
IDH e PIB), Subjetivos (retratam percepções, ex: índice de confiança), Insumos
(referem-se a recursos disponíveis, ex: informações como nº de professores
graduados), Processos (retratam processos, ex: métodos de alfabetização), Produtos
(resultados obtidos pela ação ou política pública, ex: IDEB), Sintético (quando
é composto de várias fontes de informações estatísticas, ex: IDEB).
Servem para identificar um problema, uma demanda, formulação e
aprimoramento de políticas públicas, subsidio a tomada de decisão, elaboração
de diagnóstico, acompanhamento e avaliação de ações.
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