3.
Avaliação da aprendizagem
Foi apresentado uma retrospectiva histórica dos principais marcos
interpretativos presentes nos estudos sobre avaliação da
aprendizagem, relacionando-os com prescrições presentes na
legislação educacional. Através de pesquisas, a avaliação de
aprendizagem, a partir da década de 30, teve seu enfoque
psicológico, ou seja, os interessados em avaliar pessoas era,
basicamente, os psicólogos, a fim de observar as atitudes dos
avaliados. Depois, em meados de 1950 e 1960, o enfoque mudou, dando
ênfase ao sociológico, sociólogos buscando respostas por meio de
avaliações. Seguindo, em meados de 1970, foi a vez do enfoque
econômico por privilegiados estudos de natureza econômica,
inspirados na teoria do capital humano, onde acreditava-se que o
problema da educação era relativo à situação financeira e
posição na sociedade. Então podemos dizer que durante este período
houve a passagem de uma concepção de avaliação enquanto
mensuração, por meio de testes voltados para a medida de
habilidades e aptidões dos alunos, para uma concepção voltada para
a dimensão tecnológica da avaliação, com ênfase em seu caráter
cientificista e nos métodos e procedimentos operacionais. Tais
concepções, no entanto, não operam uma ruptura entre si,
alinham-se na busca da eficiência da avaliação.
A
partir de 1980, foi onde houve a valorização do conhecimento sobre
o funcionamento interno da escola, tendo como ênfase uma perspectiva
sociológica. Tendo como principais questões: como tem sido
praticada a avaliação escolar, o que tem sido avaliado e para que
se faz avaliação. Nos anos 90, continua-se esta prática de
avaliação porém, com ênfase nas avaliações ecternas e em larga
escala, repercussões no currículo escolar e, por consequência, na
avaliação de aprendizagem. Esta avaliação de aprendizagem, nos
anos 30 a 50, era tratada como procedimento de medida, de atribuição
de notas aos alunos, em razão de seu desempenho em provas e exames.
Tinha como finalidade a classificação do aluno de acordo com o
nível de aproveitamento apresentado nas diversas disciplinas, tendo
em vista a seleção daqueles com condições de prosseguir ou
concluir os estudos. Era exclusivamente uma prática classificatória
do aluno. A tarefa de avaliar era exclusiva do professor, prevendo-se
a presença de um avaliador externo nas avaliações finais.
Nos
anos 60, este processo de avaliação foi um pouco mais ampliado,
onde a verificação de aprendizagem era de uma maneira contínua e
cumulativa, ao longo de todo ano letivo. O responsável pela
avaliação ainda era o professor porém, no momento do “juízo
definitivo”, o aluno seria acompanhado por uma comissão
examinadora.
A
partir de 1970, a avaliação era entendida como verificação do
rendimento escolar e apuração de assiduidade. A avaliação era um
processo que visava acompanhar o alcance dos objetivos propostos,
tendo como referências metas educacionais estabelecidas, devendo
servir à aprendizagem dos alunos. Tinha como princípios a
continuidade, a amplitude, a compatibilidade com os objetivos
propostos, preponderância dos aspectos qualitativos sobre os
quantitativos e o professor decidindo sobre os procedimentos e
instrumentos a serem utilizados.
Nesta aula, foi proposto analisar concepções e práticas
avaliativas, dominantes em contextos escolares, com vistas a apreciar
suas implicações para os processos de ensino e de aprendizagem.
Infelizmente,
ainda não se superou algumas ideias errôneas relativas à
avaliação. Ocorrem tendências divergentes entre Avaliação x
Medida (Avaliar um aluno não é somente aplicar provas ou exames, e
sim analisar seu aprendizado como um todo...), Aprendizagem x Notas
(As notas são somente um instrumento de avaliação e não a
avaliação em si...), Função classificatória (quem é melhor ou
pior aluno, quem deve ser promovido ou quem deve ser retido...) e
controle e adaptação de condutas educacionais e sociais
(disciplinamento, espécie de “ameaça” quando o aluno não segue
uma conduta condizente com a escola). Portanto, o desafio é mudar
essa visão a fim de que a avaliação sirva para outras finalidades
como Diagnosticar (estágio de desenvolvimento dos alunos),
Retroinformar (Replanejamento de ensino), Favorecer o desenvolvimento
individual (Auto-avaliação dos alunos). Importante haver inclusão
e não exclusão escolar.
Então
devemos trabalhar com um Projeto Educacional que será nosso ponto de
partida e de chegada da avaliação. Neste projeto deve haver algumas
questões relacionadas como: Qual é o nosso projeto educacional?
Quais os princípios que devem orientar a organização do trabalho
escolar? Qual é o nosso compromisso com os alunos desta escola, e
para além destes, com a construção de uma escola de qualidade? O
que entendemos por qualidade? São questões reflexivas que visam
melhorar o todo processo de avaliação.
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